A inflação oficial no Brasil voltou a acelerar em fevereiro, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando alta de 1,31%, após um aumento de 0,16% em janeiro. Divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os números representam a maior taxa para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%) e a maior desde março de 2022 (1,62%). O resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento de 16,80% na energia elétrica residencial, que contribuiu com 0,56 ponto percentual (p.p.) para o índice.
A alta já era esperada por especialistas, que apontaram a devolução do bônus de Itaipu nas tarifas de energia, o aumento dos alimentos e a pressão do ICMS sobre combustíveis como fatores determinantes. O grupo Habitação, que inclui a energia elétrica, foi o que mais impactou o IPCA, com variação de 4,44% e contribuição de 0,65 p.p. Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explicou que a alta se deve ao fim do desconto concedido em janeiro pelo bônus de Itaipu, que reduziu as faturas no mês anterior.
O grupo Educação também teve destaque, com alta de 4,70% e impacto de 0,28 p.p., influenciado pelos reajustes nas mensalidades escolares no início do ano letivo. Já o grupo Alimentação e Bebidas, embora tenha desacelerado em relação a janeiro, ainda registrou alta de 0,70%, com destaque para o ovo de galinha (15,39%) e o café moído (10,77%). No grupo Transportes, a variação foi de 0,61%, impulsionada pelo aumento nos preços dos combustíveis, como óleo diesel (4,35%) e gasolina (2,78%).
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou em 5,06%, acima dos 4,56% registrados no período anterior. Cerca de 92% do resultado de fevereiro estão concentrados em quatro grupos: Habitação, Educação, Alimentação e Bebidas e Transportes. O cenário reflete os desafios enfrentados pelos consumidores, com pressões em setores essenciais como energia, educação e combustíveis, que continuam a impactar o custo de vida no país.
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