Porto Alegre e RS bate recorde de Inadimplentes.

Dados recentes divulgados pelo Indicador de Inadimplência da CDL POA revelam que, em fevereiro de 2025, a inadimplência das pessoas físicas (PF) no Rio Grande do Sul chegou a 33,91%, renovando o recorde histórico no Estado. Para as empresas (pessoas jurídicas – PJ), o índice também apresentou crescimento pelo quarto mês consecutivo, atingindo 14,41%. Em Porto Alegre, a situação é ainda mais crítica, com 34,27% de consumidores inadimplentes e 14,68% entre as empresas, um aumento leve de 0,18 ponto percentual em relação ao mês anterior.

A pesquisa aponta que aproximadamente 2,91 milhões de CPFs estão negativados no Estado, com 368,4 mil casos na capital. No segmento empresarial, 210.788 CNPJs enfrentam a inadimplência no RS, sendo 34.427 apenas em Porto Alegre. Segundo Oscar Frank, economista-chefe da CDL POA, a alta na inadimplência é resultado de uma combinação de fatores, incluindo a inclusão de novos registros e a pressão inflacionária que impacta o poder de compra dos consumidores, em um cenário de juros elevados e desaceleração econômica.

A recente elevação da Taxa SELIC para 13,25% ao ano, com indícios de que pode chegar a 15%, contribui para a degradação do quadro, tornando o crédito mais caro. No que diz respeito às empresas, a finalização do programa Desenrola Pequenos Negócios, que facilitava a renegociação de dívidas, também pode ter influenciado o aumento da inadimplência. Frank explica que a situação é desafiadora para os negócios, com custos elevados, escassez de mão de obra e taxas de juros restritivas.

A crescente inadimplência acende um alerta para o setor varejista, visto que pode reduzir o consumo de bens e serviços, prejudicando a recuperação da economia local. “Empresas e consumidores devem redobrar a atenção. Os comerciantes precisam manter um bom relacionamento com os clientes e facilitar renegociações, enquanto as famílias devem gerenciar cuidadosamente seus orçamentos”, conclui Frank, destacando a importância de uma estratégia adaptativa em tempos de incerteza econômica.

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