Na noite da última quarta-feira, o prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, foi detido sob graves acusações de corrupção e terrorismo, que ele próprio descreveu como "imorais e sem fundamento". Desde sua prisão, manifestantes têm tomado as ruas da Turquia em protesto, numa mobilização que se intensificou e se tornou uma das mais significativas dos últimos dez anos.
A Prefeitura de Istambul emitiu uma declaração neste sábado (22), informando que Imamoglu, interrogado por cinco horas, ressaltou a falta de evidências concretas contra ele. "Essas acusações foram desenhadas para minar minha reputação e credibilidade", afirmou. Além disso, ele anunciou sua intenção de apresentar uma queixa contra aqueles que considera responsáveis por essa arbitrariedade.
A detenção de Imamoglu, um dos principais adversários políticos do presidente Recep Tayyip Erdogan e membro do Partido Republicano do Povo (CHP), gerou uma onda de protestos que ecoaram por diversas cidades turcas. O CHP denunciou a prisão como uma "tentativa de golpe de Estado". Imamoglu também declarou que o processo judicial não somente prejudicou a reputação da Turquia internacionalmente, mas também abalou a confiança da população na justiça e na economia do país. "Quem orquestrou este processo deverá em breve prestar contas aos tribunais divinos e terrenos", afirmou.
Milhares de cidadãos voltaram a se reunir na noite de ontem ao redor do tribunal de Caglayan, em Istambul, mesmo diante das restrições de acesso impostas pela polícia. Com a presença de um grande contingente policial, os manifestantes, que incluíam pessoas de diversas idades, erguiam faixas com slogans como "Ditadores são covardes!" e "AKP não nos calará!", enfatizando sua determinação em protestar contra o que consideram ilegalidades.
Aykut Cenk, um jovem de 30 anos, expressou sua convicção: "Assim como as pessoas foram às ruas para apoiar Erdogan durante a tentativa de golpe em 15 de julho de 2016, estamos nas ruas para apoiar Imamoglu. Não somos inimigos do Estado, mas o que está acontecendo é ilegal." O clima de tensão aumentou quando ocorreram confrontos entre manifestantes e a polícia, mostrando a escalada da insatisfação popular.
O líder do CHP, durante a manifestação, afirmava que a multidão ultrapassava "meio milhão" de pessoas. Com seus anseios e demandas cada vez mais intensificados, os cidadãos turcos demonstram que as vozes de protesto não podem ser silenciadas facilmente. A situação continua a se desenrolar, enquanto o país observa ansiosamente as consequências das ações do governo e a resposta da população.
Com a economia em queda e a confiança nas instituições deteriorando-se, a detenção de um líder tão proeminente como Imamoglu levanta questões sérias sobre a saúde da democracia na Turquia. Acompanhemos os desdobramentos dessa crise e a luta pela justiça e pela verdade no país.
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