A administração de Donald Trump retomou a política de confronto comercial global com a imposição de tarifas que atingem mais de 180 países, intensificando uma guerra econômica que ameaça a estabilidade internacional. Desde o início de seu segundo mandato em janeiro de 2025, Trump anunciou taxas que variam de 10% a 49% sobre importações, justificando-as como "reciprocidade" contra nações que, segundo ele, prejudicam os EUA com práticas desleais. O objetivo declarado é reindustrializar o país e trazer empregos de volta, mas economistas alertam para riscos de recessão e inflação global .
As Tarifas e os Principais Alvos
Os EUA estabeleceram um piso de 10% para países como Brasil e Reino Unido, enquanto nações como China (34%), União Europeia (20%), Japão (24%) e Coreia do Sul (25%) receberam taxas mais altas. Vietnam e Camboja, centros de manufatura chinesa, foram penalizados com 46% e 49%, respectivamente. A medida também incluiu setores estratégicos, como aço e alumínio, além de produtos tecnológicos e agrícolas. Trump ainda ameaçou taxar pequenos pacotes de e-commerce chinês, visando empresas como Shein e Temu .
Retaliações e Tensões Geopolíticas
A reação internacional foi imediata. A China acionou a Organização Mundial do Comércio (OMC) e impôs tarifas sobre produtos agrícolas e energéticos dos EUA. A União Europeia e o Canadá anunciaram contramedidas, como taxas sobre veículos e commodities americanos. Enquanto isso, países como Brasil e Índia avaliam recursos na OMC para defender suas economias. Até aliados históricos, como Austrália, criticaram a medida, classificando-a como "ato de intimidação" .
Impactos Econômicos Imediatos
Os mercados financeiros entraram em colapso após os anúncios: o S&P 500 caiu 4,85%, e o Nasdaq recuou quase 6% em um dia. Analistas projetam aumento generalizado de preços para consumidores, especialmente em setores como automotivo, tecnologia e alimentos. O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, alertou que a política de Trump é "autodestrutiva" e pode levar os EUA à recessão, arrastando a economia global. A inflação, já pressionada pela pandemia, tende a se agravar, afetando populações de baixa renda .
Futuro Incerto e Reorganização Comercial
Especialistas preveem que a guerra comercial se prolongará, com países buscando novos acordos bilaterais para reduzir dependência dos EUA. China e UE, por exemplo, dialogam para fortalecer cooperação em tecnologia verde e comércio multilateral. Enquanto Trump insiste em seu discurso de "América primeiro", a comunidade internacional teme uma fragmentação do sistema global de livre comércio, reminiscente da Grande Depressão. O desfecho dessa escalada depende de como as economias absorverão os custos e se conseguirão evitar uma recessão generalizada .
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