Alexandre Moraes de Lara, de 31 anos, morreu no domingo (27/4) no Hospital Humaniza, em Porto Alegre, após três anos em estado vegetativo devido a um erro médico gravíssimo. Em 2021, ele procurou atendimento por uma arritmia cardíaca e, em vez de receber 600 mg de propafenona, foi intoxicado com 6.000 mg do medicamento – 20 comprimidos em vez de dois. A superdosagem provocou convulsões, uma parada cardiorrespiratória e danos cerebrais irreversíveis. Sua esposa, Gabrielle Bressiane, de 30 anos, relatou que ele sofria constantemente e "não tinha vida, só sobrevivia".
O erro está documentado em um prontuário assinado pelo diretor-executivo do hospital, que admitiu divergências entre a prescrição médica e a dosagem dispensada pela farmácia. A médica responsável, Erika Bastos Schluter, foi indiciada por lesão corporal gravíssima em 2023, sob acusação de negligência. A defesa alegou que ela foi induzida a erro pelo sistema do hospital. Enquanto isso, a família aguarda uma indenização judicial que nunca veio.
Gabrielle, que estava grávida de três meses quando o ocorreu, criou a filha do casal, Sara, agora com três anos, sem o pai presente. Em um relato emocionante nas redes sociais, ela desabafou sobre a dor de ver o marido preso a um corpo sem resposta e a tristeza de criar a filha sem ele. "Cada marco na vida dela é uma lembrança do que ele está perdendo", escreveu. O caso ganhou repercussão nacional, com mais de 119 mil seguidores acompanhando a busca por justiça no perfil @justicaporalexandre.
O Hospital Humaniza emitiu uma nota lamentando o falecimento e se solidarizando com a família, mas não comentou sobre responsabilidades ou indenizações. Alexandre foi velado e sepultado nesta segunda-feira (28/4) no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre, enquanto sua família segue exigindo respostas e reparação por uma tragédia que poderia ter sido evitada.
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