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Colunistas Escritor

Dicas para ser um bom escritor.

Sinta o seu estômago e não apenas o seu coração.

02/05/2025 13h00
Por: Renatha Pessoa Fonte: Fonte: Renatha Pessoa / Imagem: anônimo no Pinterest
Fonte: Renatha Pessoa / Imagem: anônimo no Pinterest
Fonte: Renatha Pessoa / Imagem: anônimo no Pinterest

Você quer ser escritor? Está confuso sobre o que você deve saber e por onde deve começar?
Este artigo foi escrito justamente para responder perguntas muito comuns entre escritores que começaram há pouco tempo. Eu escrevo desde criança, por isso vou começar com um fato muito importante: não existe certo ou errado, o que importa é escrever.
Antes de pensar em gramática ou em como vai ser o final do seu livro, pense no início. Quem é o personagem principal? É uma pergunta muito básica, mas também de extrema importância.
Seu protagonista vai ser o centro da história. Mesmo que sejam dois, três ou até mais protagonistas, você deve pensar nas suas personalidades. Trejeitos. Acessórios que vão usar. Quais vão ser seus objetivos na história. Quais poderes cada um tem. 
Muitas pessoas acham que esse planejamento seja necessário apenas para fantasias, mas dramas e romances também precisam ser planejados!
Admito que sou o tipo de escritora que não planeja muito antes de escrever, apenas o essencial. Claro que penso em um enredo principal e como vai ser a personalidade e a aparência dos personagens, mas não muito mais do que isso. Se eu entro em detalhes durante o planejamento, acabo mudando tudo quando começo a escrever!
Cada um tem sua forma de escrita. No meu caso, gosto de textos mais coloquiais cheios de diálogos e descrições detalhadas das roupas e dos lugares em que meus personagens estão. Gosto de colocar um tom irônico nas mortes grotescas e de normalizar situações absurdas, como cortar a carne de um homem amarrado (detalhe: vivo), colocar na churrasqueira e servir para as pessoas comerem. No mundo dos meus personagens, isso é totalmente normal!
Sou fã do absurdo e do extremo. MUITO dinheiro! MUITO sofrimento! MUITO! MUITO! MUITO! Mas talvez você não seja... e está tudo bem! Cada um tem o seu estilo.

“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”

Esse trecho vem do poema “Autopsicografia”, do Fernando Pessoa. Escrever é a arte de criar um mundo completamente novo usando várias combinações de letras que sempre são as mesmas, mas ganham significados diferentes nas mãos de diferentes autores. 
Acredito que, para escrever algo, você deve sentir aquilo. Fazer uma pesquisa, vivenciar – tanto faz. Você pode ter até mesmo “vivido” aquilo por meio de um filme e aquilo moldou quem você é. Eu, Renatha Pessoa, sou uma junção de toda a arte que vi ao longo da minha vida. Também sou uma junção dos momentos que vivi, desde as provas estressantes de matemática feitas por uma professora que me lembra da criatura vermelha que prefiro não mencionar até o meu primeiro beijo inesperado em uma festa para a qual eu nem queria ir.
A escrita transmite todos os sentimentos de um escritor. Pense um pouco: como você está se sentindo? Antes de mais nada, não pense no que os outros vão pensar porque muitas pessoas não ligam os pontos e não percebem que você está escrevendo sobre si mesmo. Então seja sincero com as palavras que escreve. Não minta para elas.
Caso você minta, sua história será ruim. Não existe certo ou errado, mas, sim, ruim e bom. 
Se você está se sentindo irritado, não tem como escrever algo feliz e vice versa. Coloque para fora aquilo que está lá no fundo. Não, não no seu coração, láááá no fundo meeeesmo. Aquilo que está tão tão tão fundo que chega a estar no seu estômago, virando-o do avesso e te incomodando nas noites que deveriam ser usadas pra dormir.
Nosso estômago e intestino são muito mais sentimentais do que o coração, você não acha? É comum pessoas vomitarem de nervosismo antes de uma prova ou pararem de comer por se sentirem mal com a própria aparência. 
O que quero dizer com tudo isso é que pensamos muito em coisas superficiais quando escrevemos, mesmo que seja sem querer. Devemos pensar naquilo que genuinamente nos trás alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Alguém que tem medo de aranhas vai escrever muito melhor sobre um monstro com aparência de aranha do que alguém que não possui esse medo.
J.R.R. Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”, tinha aracnofobia! (fonte: https://www.meshdeideias.com/post/7-curiosidades-sobre-j-r-r-tolkien#:~:text=Avers%C3%A3o%20por%20aranhas,veneno%2C%20mas%20a%20aracnofobia%20perdurou. ) E adivinha só? Na trilogia “O Senhor dos Anéis”, há uma cena em que Frodo é atacado por uma aranha gigantesca.
Ele escrevia sobre os assuntos que realmente importavam para ele. Em uma análise mais profunda da obra, podemos notar com certa facilidade que foi criada como uma crítica contra os preconceitos, mostrando que um anão e um elfo podem ser amigos mesmo com a rivalidade que seus povos tiveram no passado.
Não vou entrar em muitos detalhes para não desviar do foco. O que importa é escrever do seu jeito sobre suas vontades e seus pensamentos. Sem pensar em julgamentos, apenas em letrinhas pretinhas no seu papelzinho branquinho formando uma historinha. O resto é o resto!
Confira meu podcast “Café com Leite e Conversas”! Nele eu entrevisto artistas de Porto Alegre sobre suas carreiras. No link a seguir, você terá acesso à entrevista com o escritor “Mauro Medeiros”: https://youtu.be/VUrM41wc55M?si=jKOe2I9d10WbmBbv
Os nomes dos meus livros são “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo”, “Luzes, câmera e vingança” e “Triângulos: o último banquete”. Todos estão disponíveis no Kindle, na Amazon e também no site Um Livro! Confira as sinopses:
"Nesta distopia, diversas pessoas pagam um alto preço para assistir e ter a chance de entrar no honrado O Jogo, no qual há um grupo de pessoas e, ali, um assassino. Na Temporada 11, no entanto, algumas coisas dão errado, mudando o destino desse evento para sempre. Entre assassinatos brutais e disputas entre jogadores, a plateia faz apostas e observa-os com fogo nos olhos, mal podemos esperar para descobrir o que acontecerá a seguir." Dilva Camargo Artista Visual.


“Durante o jantar, ocorre uma morte repentina na mesa da família Capellier. No entanto, não podem chamar a polícia porque seu sobrenome não seria muito bem-visto na delegacia por causa do passado de Francisco, um corrupto de primeira classe.
Para a surpresa de todos, ele morre, mas ninguém iria no seu funeral porque era odiado pelo mundo inteiro. Para não deixar passar em branco, os Capellier, uma família burguesa, não podiam perder a oportunidade de convidar seus inimigos (pelo menos, os que podiam listar) para se hospedarem na sua mansão absurdamente glamorosa e compartilhar a raiva mútua que sentiam contra o homem que, agora, estava morto.
Todos aceitam o convite sem pensar duas vezes, mas a família não imagina o quão sedentos por vingança estão os convidados...”
Valéria do Sul
(Deivid Jorge Benetti),
do Portal de Notícias MPV


“Se algo pode ser dito sobre Triângulos: o último banquete, de Renatha Pessoa, é que se trata de algo bastante original. Uma experiência literária própria e corajosa, onde o simbolismo das formas geométricas ora aponta para o psicológico, ora para o social num mundo cheio de caos e fúria. Concomitantemente, esse mundo feroz é ordenado e pasteurizado, padronizado por normas, notas e regulamentos de todo tipo, que surgem e desaparecem sem explicação ou questionamento, um mundo frio e insípido que não chega a fazer sentido nunca, mas que recupera sua inteireza nos momentos de rituais de dor e morte, um mundo onde a rainha louca de Alice venceu completamente.”
Everton Nobre

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Renatha Pessoa - Escritora
Sobre Renatha Pessoa - Escritora
A coluna esta nas mãos de uma escritora com 14 anos de idade apaixonada por literatura. Que já publicou seu livro “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo” Ele já está disponível. Falarei sobre informações literárias, desde dicas para escritores até o sumiço da Agatha Christie.Este espaço reservado especialmente para aqueles que gostam de livros e querem saber mais. Para quem pesquisa sobre autores, procuram significados em cada palavra e amam colecionar marca-páginas.
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