Enquanto a campanha nacional de vacinação contra a gripe permanece restrita a grupos prioritários, como crianças, gestantes, idosos e profissionais da saúde, quem busca imunização na rede privada enfrenta estoques zerados em diversas clínicas. De acordo com a ABCVAC, o problema está ligado a dois fornecedores: um laboratório enfrenta dificuldades no envasamento, e outro teve um lote retido pela Anvisa. Enquanto isso, apenas cidades como o Rio de Janeiro ampliaram o acesso pelo SUS a toda a população, contrariando a orientação federal de manter o foco nos grupos de risco.
Os números do Ministério da Saúde revelam uma adesão preocupante: apenas 13% do público-alvo (9 milhões de pessoas) foi vacinado, dentre os 49 milhões elegíveis. Marcos Tendler, da ABCVAC, destaca que o setor privado responde por cerca de 10% da cobertura nacional, atendendo principalmente empresas que vacinam funcionários. Ele alerta para o baixo volume aplicado: “Estamos quase na metade do outono e menos de 1 milhão de doses foram administradas no privado, quando o esperado seria entre 2,5 e 3 milhões”.
A procura pela rede particular é influenciada pela vacina tetravalente, que protege contra quatro cepas do vírus influenza, enquanto o SUS oferece a versão trivalente. Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm, reforça a importância de os grupos prioritários não negligenciarem a vacinação pública, mesmo com a fórmula menos abrangente: “A proteção oferecida pelo SUS é eficaz e crucial para reduzir complicações”.
Apesar das críticas sobre a baixa cobertura, o Ministério da Saúde não sinalizou quando ou se a campanha será estendida a toda a população. Enquanto isso, a dependência do setor privado esbarra em desafios logísticos, deixando muitos brasileiros em um limbo entre a escassez de doses pagas e as restrições do sistema público.
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