Seis anos após o crime que chocou Porto Alegre, o empresário Marcelo de Oliveira Bueno, 43 anos, será submetido a júri popular nesta quinta-feira (15) pelo assassinato de Débora Forcolén, então com 18 anos. O caso, ocorrido em maio de 2018 no bairro Farrapos, ganhou novos contornos: inicialmente classificado como homicídio culposo (sem intenção), foi reenquadrado para feminicídio doloso após investigações apontarem histórico de violência doméstica.
Bueno, que responde ao processo em liberdade, alega que o disparo foi acidental enquanto limpava uma pistola calibre 380. No entanto, a família da vítima e o Ministério Público contestam a versão, destacando que Débora apresentava sinais de agressões – inclusive um olho roxo uma semana antes do crime. A promotoria argumenta que o réu agiu com dolo eventual (aceitou o risco de matar) e não prestou socorro à jovem, mãe de uma criança.
O julgamento, adiado duas vezes desde 2023, será conduzido pela promotora Lúcia Helena Callegari, que promete "combater a impunidade". Já a defesa, liderada pelos advogados Rodrigo Grecellé Vares e Ezequiel Vetoretti, afirma confiar na "decisão justa dos jurados". O caso reacende o debate sobre violência de gênero e a complexidade de provar intenção em crimes passionais.
Enquanto a família de Débora busca justiça, o tribunal analisará provas técnicas, depoimentos e o histórico do relacionamento – incluindo se a arma foi disparada por descuido ou como ápice de uma relação abusiva. A sentença pode definir um precedente para casos semelhantes no Rio Grande do Sul.
Mín. 11° Máx. 19°
Mín. 11° Máx. 18°
ChuvaMín. 6° Máx. 14°
Chuva