Médicos prestadores de serviços no Hospital Viamão, no Rio Grande do Sul, decidiram se recusar a integrar escalas a partir deste sábado (7) após meses de atrasos salariais, falta crônica de insumos e até medicamentos básicos. A crise foi discutida em reunião urgente com o Sindicato Médico do RS (Simers), que alerta para o colapso na assistência aos pacientes. A empresa terceirizada responsável pelos turnos já foi notificada, mas a situação se agrava com a transição de gestão do hospital, atualmente administrado pelo IMAS e prestes a ser assumido pelo InSaúde.
Os profissionais relatam que os salários de abril, que deveriam ter sido pagos em maio, só serão depositados em junho – e os de maio, apenas em julho. Com a saída do IMAS no fim do mês, há temor de que os valores não sejam quitados. Além disso, enfrentam dificuldades para acessar contratos e comunicar-se com a administração. Enquanto isso, pacientes aguardam há 30 dias por cirurgias ortopédicas, canceladas por falta de materiais, e transferências para outros hospitais estão travadas.
A Prefeitura de Viamão, dona do hospital, enviou um carregamento de insumos nesta quarta (4), mas a medida é considerada insuficiente diante do desabastecimento prolongado. O Simers, liderado pelo diretor Ricardo Pedrini Cruz, está prestando apoio jurídico aos médicos e promete acionar empresas e órgãos competentes.
A crise expõe a fragilidade da terceirização na saúde pública: sem pagamentos em dia e com estrutura precária, os profissionais se veem obrigados a paralisar suas atividades, enquanto a população paga o preço. O que era um problema administrativo agora se tornou uma emergência médica – e a conta pode vir em vidas perdidas.
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