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Porto Alegre e Região Metropolitana Crise no HPS

Justiça ordena, mas Prefeitura não deixa demitidos voltarem

Após demissão em massa via WhatsApp, funcionários aguardam decisão da prefeitura para retomar atendimentos no hospital.

09/06/2025 15h22
Por: Fernanda Redação Fonte: ABC+
Foto: Repórter MPV
Foto: Repórter MPV

Mais de 600 profissionais de saúde do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) vivem dias de angústia após uma decisão judicial que suspendeu a rescisão do contrato entre a prefeitura e o Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS). Demitidos abruptamente na última quarta-feira (4) via mensagens de WhatsApp, os trabalhadores agora esperam uma posição da administração municipal para retomar suas atividades no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde o HPSC funciona provisoriamente. "Perder o emprego assim foi um choque. A Justiça deu esperança, mas ainda não sabemos se voltaremos", desabafa Carla Macedo, 37 anos, uma das funcionárias afetadas.

Apesar da decisão do juiz Sandro Antônio da Silva, que considerou ilegal a ruptura imediata do contrato e exigiu um prazo mínimo de 60 dias para transição, a Prefeitura de Canoas afirma ainda não ter sido notificada oficialmente. Enquanto isso, o IAHCS garante que mantém os vínculos empregatícios e está pronto para reassumir os atendimentos. "Temos história e compromisso com Canoas, mas parece que não querem nossa atuação", lamenta Marcelo Eliseu de Oliveira, diretor do instituto.

Nesta segunda-feira (9), o atendimento de emergência seguiu normalmente, realizado por equipes do Hospital Nossa Senhora das Graças. No entanto, a indefinição sobre o retorno dos profissionais do IAHCS preocupa tanto os trabalhadores quanto a população, que pode enfrentar descontinuidade no serviço. A prefeitura se limita a afirmar que só se manifestará após análise detalhada da decisão, enquanto o instituto cobra uma reunião urgente para resolver o impasse.

O caso expõe uma crise de gestão na saúde pública de Canoas: de um lado, profissionais demitidos sem aviso prévio; de outro, pacientes que dependem de um serviço já fragilizado pelas enchentes e agora por disputas administrativas. Com a Justiça a favor da manutenção do contrato, a pressão aumenta sobre a prefeitura para que resolva a situação sem prejudicar ainda mais o atendimento à população.

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