O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (9) os interrogatórios dos oito réus considerados peças-chave na tentativa de golpe após as eleições de 2022. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro e delator do caso, foi o primeiro a depor e surpreendeu ao afirmar que o ex-presidente "enxugou" o documento golpista, retirando nomes de autoridades que seriam presas – mantendo apenas o ministro Alexandre de Moraes como alvo.
Em sessão transmitida ao vivo, Cid detalhou seu papel na articulação, enquanto Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal, também foi interrogado. As sessões continuam diariamente até sexta-feira (13), com todos os réus do chamado "núcleo 1" sendo ouvidos. As declarações podem ampliar as provas contra Bolsonaro, que responde na mesma ação penal.
O julgamento é considerado crucial para desvendar os bastidores do plano que incluiu minutas de golpe, reuniões no Palácio da Alvorada e pressão sobre as Forças Armadas. A Primeira Turma, liderada por Moraes, busca reconstruir a cadeia de comando da trama, que teria mobilizado militares e aliados do ex-presidente.
Com interrogatórios ainda pendentes de figuras como Filipe Martins e Ailton Barros, o STF deve revelar novos detalhes sobre o maior processo de tentativa de ruptura democrática no Brasil desde o fim da ditadura. O desfecho pode definir o futuro político de Bolsonaro e seus principais assessores.
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