Um policial militar de Farroupilha foi condenado a 19 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime fechado por crimes sexuais graves, incluindo estupro de vulnerável, aliciamento de uma adolescente e gestão de casa de prostituição em Bento Gonçalves. A sentença, proferida pela juíza Fernanda Ghiringhelli de Azevedo na última quarta-feira (18), também determinou a perda da função pública do réu, considerando a incompatibilidade de suas ações com o cargo na segurança pública.
O caso veio à tona em 2023 após uma denúncia anônima ao Disque 100, que alertava sobre o aliciamento de menores por um homem que se identificava como policial. A Delegacia da Mulher investigou o imóvel – localizado estrategicamente em frente a uma delegacia – e encontrou uma adolescente no local, além de indícios de exploração sexual. Provas como mensagens de celular, registros financeiros e depoimentos revelaram o controle do acusado sobre a operação, incluindo repasses via Pix, cobrança de diárias e até instruções para atrair mais mulheres.
A juíza rejeitou os argumentos da defesa sobre suposta ilegalidade nas provas digitais, destacando que a coleta foi autorizada judicialmente e consentida pelas vítimas. Em um dos diálogos, o policial questionava se a adolescente havia "atendido clientes" e orientava a organização dos programas. As vítimas, inicialmente, relataram agressões físicas e coerção, mas depois tentaram minimizar os fatos – comportamento que a magistrada atribuiu à vulnerabilidade emocional.
O Tribunal de Justiça do RS destacou a "estrutura organizada" do esquema, com divisão de lucros e aliciamento sistemático. A decisão, que ainda pode ser recorrida, serve como alerta para a infiltração de criminosos em instituições públicas e a urgência de mecanismos mais eficazes de fiscalização. Enquanto isso, a condenação traz um alívio parcial à sociedade gaúcha, que acompanhou chocada o desmonte de um caso que uniu violência sexual e abuso de poder.
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