Uma operação da Polícia Civil de São Paulo revelou o lado mais cruel do estupro virtual: adolescentes sendo obrigadas à automutilação genital e cortes nos seios durante transmissões online para grupos de agressores. A ação, que cumpriu 22 mandados em seis estados, expôs casos extremos onde vítimas de 12 anos foram coagidas a ingerir ácido e praticar atos sexuais sob ameaça de divulgação de imagens íntimas. Muitas desenvolveram tendências suicidas após as violências digitais.
Desde 2009, o Código Penal reconhece o estupro virtual como crime hediondo, com pena de 6 a 10 anos - aumentada quando a vítima é menor. O STJ já consolidou entendimento de que não é necessário contato físico para caracterizar o delito, bastando a coação digital para atos libidinosos. "O dano à dignidade sexual se consuma mesmo à distância", afirmou a corte em decisão histórica de 2021 sobre um caso envolvendo duas crianças.
Os criminosos agem em redes sociais com compartilhamento de tela, onde grupos organizados assistem e ditam ordens de autoflagelação sexual. Um adolescente preso no Rio comandava sessões de tortura virtual contra uma menina de 12 anos. As investigações mostram que tanto famílias das vítimas quanto dos agressores costumam ignorar os abusos, que deixam rastros digitais em IPs e registros de aplicativos.
Especialistas alertam que a facilidade tecnológica amplificou esse crime, mas também fornece provas contundentes. "Tudo fica registrado: mensagens, vídeos e endereços eletrônicos", explica uma delegada da operação. Enquanto a Justiça se adapta à nova face da violência sexual, pais são orientados a monitorar atividades online e dialogar sobre os riscos do ambiente digital.
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