Desde o último sábado (8), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou o prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Porto Alegre. Este edifício de 25 andares, localizado no Centro Histórico da capital, está atualmente desativado para atendimento ao público e funciona apenas como depósito do órgão.
A ação foi nomeada de “Ocupação Maria da Conceição Tavares” em homenagem à economista e ex-deputada do PT, que faleceu também no sábado.
Em um vídeo publicado na plataforma X (antigo Twitter), o deputado estadual Matheus Gomes (Psol-RS) destacou que a ocupação oferece abrigo para pessoas que perderam suas casas devido às chuvas e enchentes que afetam o Estado.
“Esse movimento mostra um caminho para a reconstrução de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, trazendo a população trabalhadora e pobre para morar no centro, aproveitando estruturas já construídas, sejam elas públicas ou privadas, e reduzindo o poder da especulação imobiliária”, afirmou o deputado.
Gomes também ressaltou que o governo precisa considerar essa iniciativa com sensibilidade, pois representa uma solução “inteligente” após o desastre climático.
Cláudia Ávila, coordenadora nacional do MTST, acrescentou: “O MTST ocupa este prédio para demonstrar que moradia popular digna pode ser construída em imóveis que não cumprem sua função social. E isso deve ser feito através do programa Minha Casa Minha Vida.” Conforme o último balanço da Defesa Civil do RS, 18.854 pessoas estão em abrigos e 423.486 estão desalojadas devido às enchentes no Estado.
Em dezembro de 2023, o prefeito Sebastião Melo havia solicitado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi, que o governo federal convertesse o prédio do INSS em moradias populares pelo programa Minha Casa Minha Vida. O terreno e o imóvel são avaliados em quase R$ 70 milhões, e, na época, Melo apontou o valor elevado como o principal obstáculo para destinar o prédio a esse fim.
A equipe do MPV realizou uma entrevista na noite de segunda-feira, 10 de junho, com uma das lideranças que estão no prédio, Fernando Campos Costa, que faz parte da Coordenação Nacional do MTST. Em breve, a entrevista estará disponível no canal MPV Portal de Notícias.
Uma das perguntas feitas a Fernando Campos Costa do MTST foi: "Quantas famílias, pessoas e crianças estão no prédio agora?" Fernando do MTST respondeu: "Não há nenhuma criança aqui no prédio. Estamos realizando uma limpeza do espaço, que está cheio de lama. Cerca de 150 pessoas estão participando da limpeza; algumas já estão no local e outras virão."
Edição:Redação MPV
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