A Olimpíada de Paris 2024 marca um momento especial para a natação brasileira com a classificação inédita de Beatriz Dizotti para a final dos 1500 metros livre feminino. A nadadora paulista, de 24 anos, alcançou o feito ao completar a prova classificatória com o tempo de 16min26s40, garantindo a sétima melhor marca entre as competidoras e avançando para a decisão. É a primeira vez que uma atleta brasileira chega à final desta prova, um marco importante para o esporte nacional. Nesta reportagem, exploraremos a trajetória de Beatriz Dizotti, os desafios enfrentados, suas expectativas para a final e outros resultados da natação brasileira nesta edição dos Jogos.
Beatriz Dizotti, carinhosamente conhecida como Bia, iniciou sua carreira na natação ainda criança, inspirada por seu irmão mais velho. Desde cedo, destacou-se nas competições nacionais, mas foi na Olimpíada de Tóquio 2020 que a nadadora teve sua primeira experiência olímpica, terminando em 24º lugar nos 1500m livre. Apesar do resultado modesto, a experiência serviu como aprendizado e motivação para Bia, que continuou a treinar arduamente, focando na evolução de seu desempenho.
Nos últimos dois anos, a nadadora enfrentou desafios significativos fora das piscinas. Em 2022, Beatriz foi diagnosticada com tumores no ovário e precisou passar por cirurgias delicadas. O último procedimento ocorreu em dezembro de 2023, apenas alguns meses antes do início dos Jogos de Paris. A recuperação rápida e o retorno às competições, incluindo o Mundial de Natação de Doha, em fevereiro de 2024, demonstraram a determinação e a resiliência de Bia.
Essa trajetória de superação culminou na classificação para a final olímpica, um feito que encheu de orgulho a atleta e os fãs brasileiros. Em suas palavras ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), Beatriz expressou sua felicidade por fazer história e sua confiança em um desempenho ainda melhor na final: "Na Olimpíada passada eu fiquei em 24º, longe do meu melhor tempo, bem longe. Hoje ainda não foi a prova perfeita. Mas sei que na final pode ser melhor. Tudo acontece por um porquê. Na Olimpíada passada com esse tempo eu não ia chegar na final. Acho que eu estou pronta para nadar melhor à tarde. E estou muito feliz por fazer história".
A final dos 1500m livre feminino está marcada para a quarta-feira (31), às 16h13 (horário de Brasília), e promete ser uma das provas mais emocionantes da natação nesta edição dos Jogos. A competição será acirrada, com a presença da norte-americana Katie Ledecky, atual campeã olímpica e recordista mundial, que se classificou com o melhor tempo das eliminatórias, 15min47seg43. Ledecky é uma das maiores nadadoras da história, com múltiplos títulos olímpicos e mundiais, e é a favorita para conquistar mais uma medalha de ouro.
Além de Ledecky, outras nadadoras de destaque estarão na final, incluindo Simona Quadarella, da Itália, e Sarah Kohler, da Alemanha, que também se classificaram com tempos expressivos. Para Beatriz Dizotti, competir ao lado dessas atletas de renome é uma oportunidade única de aprendizado e crescimento. A brasileira entrará na prova com o objetivo de melhorar seu tempo e, quem sabe, surpreender com um resultado ainda mais expressivo.
Além do destaque de Beatriz Dizotti, outros nadadores brasileiros também competiram nas provas classificatórias. Nos 100 metros livre masculino, Guilherme Caribé avançou para a semifinal ao terminar sua bateria na quarta posição, com o tempo de 48seg35. Caribé tem demonstrado grande evolução nos últimos anos e será uma das esperanças de medalha para o Brasil nesta prova.
Já Marcelo Chierighini, que também participou das eliminatórias dos 100m livre, não conseguiu avançar para a próxima fase. Chierighini registrou o tempo de 49seg38 e terminou na última posição em sua bateria, ficando fora da disputa por medalhas.
Na prova dos 200m borboleta masculino, Nicolas Albiero fez um tempo de 1min56seg49, o que não foi suficiente para avançar para a final. Albiero ficou com o 18º melhor tempo, encerrando sua participação nos Jogos. O revezamento 4x200m livre do Brasil, composto por Murilo Sartori, Fernando Scheffer, Eduardo Moraes e Guilherme Costa, também não conseguiu avançar para a final, terminando a bateria classificatória na sexta posição, com o tempo de 7min10seg26.
A participação de Beatriz Dizotti na final dos 1500m livre é um marco para a natação brasileira e pode abrir portas para futuras gerações de nadadoras. O feito já é histórico, independentemente do resultado final, mas a possibilidade de um desempenho ainda melhor enche de expectativas os fãs e especialistas do esporte.
Para Bia, a final representa não apenas uma conquista pessoal, mas também um momento de superação e resiliência. Após passar por momentos difíceis fora das piscinas, a nadadora mostrou que é possível vencer obstáculos e alcançar grandes objetivos. Sua presença na final é um testemunho da força do esporte como ferramenta de transformação e inspiração.
A trajetória de Beatriz Dizotti até a final dos 1500 metros livre feminino na Olimpíada de Paris é um exemplo de perseverança e dedicação. Sua classificação inédita marca um capítulo importante na história da natação brasileira, destacando o potencial e o talento das atletas do país. A final, que será disputada no dia 31 de julho, promete ser emocionante, com a presença de grandes nomes da natação mundial.
Independentemente do resultado, a participação de Bia na final já é uma vitória, não apenas para ela, mas para todo o esporte brasileiro. Sua história de superação, desde os desafios de saúde até o retorno triunfante às competições, é uma inspiração para todos. Agora, resta ao Brasil torcer e apoiar a nadadora em sua busca por um resultado histórico na final olímpica.
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