O Hospital de Clínicas de Porto Alegre realizou um procedimento raro e inovador para evitar que uma paciente de 75 anos sofresse um novo acidente vascular cerebral (AVC). A intervenção, conhecida como litotripsia intravascular, foi realizada na artéria carótida da paciente e utilizou ondas ultrassônicas para quebrar um coágulo resistente que bloqueava o fluxo sanguíneo para o cérebro.
A técnica, minimamente invasiva, foi conduzida pelo cirurgião vascular Alexandre Pereira, que explicou que a paciente possuía uma placa calcificada de difícil remoção. Para acessar a área obstruída, um cateter foi inserido pela virilha e guiado até o pescoço, onde foi implantado um estente, estrutura metálica que mantém a artéria aberta. Além disso, um "guarda-chuva" protegeu a passagem para evitar que fragmentos do coágulo chegassem ao cérebro.
O risco de um novo AVC era elevado, visto que pacientes que já sofreram o acidente têm cerca de 30% de chance de repetição. No entanto, com o tratamento, o risco foi reduzido para menos de 1% ao ano, segundo o médico.
A paciente, Floraci Santos da Costa, recebeu alta poucas horas após a cirurgia e relatou não ter sentido dor ao acordar. Em casa, na cidade de Taquara, no Vale do Paranhana, ela rapidamente retomou suas atividades diárias, como cuidar da casa e do jardim.
No Brasil, o AVC é responsável por cerca de 100 mil mortes anuais. De acordo com o neurologista Diógenes Zãn, 70% dos sobreviventes ficam incapazes de voltar a trabalhar, e 50% não conseguem realizar atividades básicas, como se alimentar ou tomar banho sozinhos.
A identificação de um AVC nem sempre é simples, já que a condição geralmente não causa dor. Entre os sinais de alerta estão boca torta, dificuldade para falar e mover os membros. O neurologista Lucas Cabral enfatiza a importância de um estilo de vida saudável, com atividade física regular e controle da pressão arterial, para prevenir o AVC.
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