Uma nova linhagem do vírus causador da febre Oropouche foi identificada como a responsável pelo surto da doença que começou em 2024. A descoberta foi feita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e publicada em um estudo revisado por pares na Nature Medicine. Segundo a pesquisa, a linhagem OROV BR-2015-2024 surgiu na Região Amazônica, sendo fruto de um rearranjo genético de cepas brasileiras e de países vizinhos, como Peru, Colômbia e Equador.
O surto, que já havia sido monitorado entre 2022 e 2024, causou mais de 6 mil infecções em 140 municípios da Região Norte. Dados apontam que a nova linhagem tem uma replicação viral mais rápida e maior capacidade de escapar da resposta imunológica, tornando pessoas previamente infectadas pelo vírus original mais vulneráveis à nova cepa.
Os pesquisadores também levantaram a hipótese de que as mudanças climáticas e a degradação ambiental na Amazônia contribuíram para a rápida disseminação da doença, aumentando a proliferação dos vetores, como o mosquito Culicoides paraensis. Os casos de febre Oropouche já foram registrados em todas as regiões do Brasil, com algumas das primeiras mortes ocorrendo na Bahia em 2024.
A Fiocruz alertou ainda para o comportamento sazonal do vírus, que se espalha mais durante a estação chuvosa. A pesquisa contou com a colaboração de várias unidades da Fiocruz e laboratórios de saúde pública do Sistema Único de Saúde (SUS), além de outras instituições científicas.
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