Na terça-feira (1º), uma falha em um dos motores do avião que transportava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva do México para o Brasil trouxe à tona discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial. O incidente, que exigiu um pouso não programado após quase cinco horas de voo para perder combustível, pode ser utilizado como justificativa pelo Palácio do Planalto para a compra de uma nova aeronave, uma decisão já considerada desnecessária por oposicionistas.
Logo após decolar do México, a aeronave enfrentou problemas técnicos cuja natureza ainda não foi divulgada. Após 17 horas de viagem, a comitiva de Lula chegou a Brasília na quarta-feira (2). Durante o voo, o presidente manifestou irritação com a situação e com a falta de conectividade, expressando sua insatisfação ao afirmar que "qualquer avião mequetrefe fala [ao telefone], não tenho um satélite nessa po"
A possibilidade de trocar o atual avião presidencial, um Airbus A319-ACJ, vem sendo discutida pelo governo há mais de um ano. Em 2023, Lula solicitou que a Força Aérea Brasileira (FAB) realizasse um estudo sobre a viabilidade de compra ou adaptação de uma nova aeronave. A primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, também tem sido uma figura ativa nas discussões sobre a nova aquisição.
A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, poderia ser um Airbus A330-200, registrado em nome de uma empresa suíça. No passado, uma ação judicial apresentada por deputados da oposição tentou barrar a compra, alegando que isso representaria um grave dano ao erário público. A repercussão negativa levou Lula a desistir da compra na ocasião.
Contudo, após o incidente no voo do México, o tema voltou a ser discutido. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, antecipou o fim das férias e se reunirá com Lula e o comandante da Aeronáutica para tratar do assunto.
A Aeronáutica analisa duas alternativas: adaptar uma das duas aeronaves Airbus A330-200 adquiridas durante o governo Jair Bolsonaro ou optar por um avião usado que já possua as adaptações necessárias. A justificativa oficial para a troca é a falta de autonomia do atual avião, que, em viagens longas, exige escalas para reabastecimento.
A próxima viagem internacional de Lula está marcada para o final de outubro, quando participará da Cúpula do BRICS na Rússia, seguida de uma visita ao Azerbaijão para a COP-29 em novembro. O Palácio do Planalto espera o relatório sobre o incidente no voo para retomar as discussões sobre a troca da aeronave presidencial.
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