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A diferença entre “O Senhor dos Anéis” e “Harry Potter”.

Será que essas duas obras realmente são tão parecidas?

Por: Renatha Pessoa Fonte: Fonte: Renatha Pessoa / Imagem: anônimo no Pinterest
15/11/2024 às 13h00
A diferença entre “O Senhor dos Anéis” e “Harry Potter”.
Fonte: Renatha Pessoa / Imagem: anônimo no Pinterest

“O Senhor dos Anéis” tem o anel; “Harry Potter” tem o Harry Potter, o menino escolhido; mas o que será que deixa essas duas histórias conhecidas no mundo todo e por que revolucionaram a indústria da fantasia?

Porque “O Senhor dos Anéis” é muito mais do que o Um Anel. Tem o Smeagol/Gollum, a música que os fãs criaram com a frase do Legolas “They’re taking the hobbits to Isengard” (https://youtu.be/uE-1RPDqJAY?si=uOY0HmpZNU6bC8AW ), a amizade entre o Frodo e o Sam. É muito mais do que apenas a jornada para destruir o Um Anel.

Em outras palavras, histórias icônicas possuem diversos elementos! Não podemos pensar nela e apenas um elemento vir em mente. “O Senhor dos Anéis” possui diversas criaturas (Ents, Olifantes, orques...), personalidades (diferença entre Legolas, Gimli e Aragorn), intrigas pessoais (Boromir e Faramir, irmãos que sempre foram comparados pelo pai).

É claro que quem não assistiu aos filmes e não leu os livros não vai saber sobre isso e, por esse exato motivo, a história tem uma aventura principal simples de entender. “Frodo foi convocado para destruir o Um Anel” é tudo que alguém precisa saber para ficar intrigado.

Sem contar que quem entra na jornada é surpreendido pelos detalhes. “O Senhor dos Anéis”, especificamente, tem a fama de ser uma obra detalhada e isso chama a atenção de quem gosta desse estilo de narrativa.

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Agora vamos falar sobre “Harry Potter”, que possui uma abordagem muito diferente mesmo sendo uma história de fantasia igual o primeiro exemplo citado.

“Harry Potter” foi criado para o público se encaixar e para crianças excluídas sentirem que pertencem a algum lugar. Digo isso porque, nesse caso, os personagens pertencem a casas que definem sua trajetória na história.

Eu, por exemplo, sou da casa Corvinal. Descobri isso por meio do teste oficial na internet ( https://www.harrypotter.com/news/discover-your-hogwarts-house-on-wizarding-world ) e admito que fica óbvio por causa da minha personalidade em si.

Viu? A história é tão marcante que, depois de tantos anos, conseguimos reconhecer as casas uns dos outros sem nem sequer precisar do teste! Sem contar que, para continuar a abordagem de que o público pertence a Hogwarts (o lugar em que se passa a história), há diversos itens de colecionador para comprar.

Quando alguém compra o cachecol que representa sua casa, igual o que os personagens devem usar, essa pessoa fica mais imersa na história. Se meu primeiro livro, “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo”, ficasse famoso, o aspecto que os fãs usariam para se conectar com meus personagens seria os óculos de cinema.

Resumindo a história, há uma plateia para cada dupla de participantes do Jogo e cada uma ganha uma cor de óculos diferente. Admito que não fui tão especifica quanto a J.K. Rowling, mas admito ter tido essa ideia de pertencer a algum personagem por causa de “Harry Potter”.

As duas histórias têm homens sábios com cabelo comprido e preto (Aragorn e Snape); um mago com barba comprida, um chapéu típico e uma “bengala” (Gandalf e Dumbledore – quem assistiu sabe por que chamei de “bengala”); um simples garoto com olhos azuis que foi convocado para uma aventura (Frodo e Harry); um homem bruto com barba e cabelos compridos (Gimli e Rúbeo Hagrid); homens com cabelo longo, loiro e liso (Legolas e Lucius Malfoy); um monstro que parece um gato egípcio (Smeagol/Gollum e Dobby).

Assisti a “O Senhor dos Anéis” primeiro e devo admitir que tantas coisas parecidas deixaram embasbacada quando assisti a “Harry Potter”. Poderia ser uma fã chata que fala que é uma cópia e coisas do tipo, mas prefiro usar a palavra “inspiração”.

As duas histórias são muito diversas e têm objetivos diferentes, ou melhor, significados diferentes. Para que você entenda melhor, vou usar o contexto histórico de cada obra.

“O Senhor dos Anéis” foi publicado em 1954. Vamos lembrar que os Beatles surgiram em 1960! Essa época era o começo da era hippie, ou melhor, da ideia de “faça amor, não guerra”.

Olhando desse ponto de vista, o Tolkien escreveu um livro com o objetivo de juntar personagens diversos que interagem entre si sem preconceito para conseguir acabar com uma guerra. Essa obra tem o objetivo de mostrar que qualquer um pode lutar pela sua causa, independente da sua origem ou da sua aparência.

“Harry Potter” foi publicado em 1997. O cinema estava no auge! Efeitos especiais, criatividade, grandes nomes da indústria surgindo... É claro que a Era de Ouro de Hollywood foi nos anos 50, mas certamente houve um avanço cinematográfico nos anos 90. Por isso, se pararmos para reparar, os poderes são mais ousados/específicos/detalhados porque a autora conseguia imaginar que isso poderia ser retratado em um filme, enquanto o Tolkien tomou uma narrativa que descreve muito mais o ambiente do que as ações dos personagens.

Permita-me explicar melhor. O Tolkien escreveu na época em que os filmes estavam começando a ser mais reconhecidos e a ter uma qualidade melhor. Por isso, o objetivo da sua escrita era fazer com que parecesse um filme. Queria que o seu público conseguisse imaginar cada detalhe do cenário para tornar aquilo mágico.

Os filmes de ambas as sagas foram lançados no início dos anos 2000, mas os escritores vieram de anos diferentes e, mesmo que os filmes tenham sido lançados na mesma época, os livros não foram.

Isso fica evidente com a escrita ousada de “Harry Potter”, repleta de um milhão e meio de criaturas e diversas histórias para cada personagem. O Tolkien foi um pouco mais discreto porque era assim que se escrevia na época. Revelou a história aos poucos ao invés de criar um turbilhão igual a “Harry Potter”, que já quer que você conheça tudo sobre todo mundo (ou pelo menos o mínimo) no primeiro filme.

“O Senhor dos Anéis” fica um bom tempo mostrando a vida dos hobbits. Depois, mostra os elfos e, brevemente, mostra a história dos anões que é especificada nos apêndices no final do terceiro livro da trilogia. Tudo foi muito bem planejado e, por isso, essa trilogia foi escrita de uma forma aconchegante e tranquila. É claro que possui as batalhas e momentos tristes, mas com certeza pode ser descrita como “aconchegante”.

Tenho a impressão de que “Harry Potter” é mais ágil na narrativa por causa da mudança de preferência do público de 1950 a 1990. Mais caótica. Até mesmo os cenários mudam com bastante frequência, mesmo que tudo aconteça em um meio acadêmico. Em um momento, os alunos estão na aula e, depois, vão para seus quartos até que vão no banheiro e entram em um cativeiro com um cachorro de três cabeças e depois jogam xadrez em tamanho real.

Enquanto isso, os personagens de “O Senhor dos Anéis” começam no Condado... caminham pela floresta... vão até os elfos... sobem a montanha... É mais calmo.

Mesmo tendo semelhanças, são públicos bem diferentes. É claro que fãs de uma saga podem ser fãs da outra porque ambas são fantasiosas, mas devemos admitir que, fazendo uma análise mais profunda, as diferenças são gritantes! Principalmente na escrita.

Não li os livros de “Harry Potter”, mas sinto a agilidade da J. K. Rowling nos filmes aos quais assisti. Recomendo assistir e ler às duas obras citadas porque são clássicas e sempre é bom aproveitar os queridinhos do público.

Os nomes dos meus livros são “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo” e “Luzes, câmera e vingança”. Ambos estão disponíveis no Kindle e, na versão física, em sites como Mercado Livre, Ponto Frio, Americanas, Casas Bahia etc.! Confira as sinopses:

"Nesta distopia, diversas pessoas pagam um alto preço para assistir e ter a chance de entrar no honrado O Jogo, no qual há um grupo de pessoas e, ali, um assassino. Na Temporada 11, no entanto, algumas coisas dão errado, mudando o destino desse evento para sempre. Entre assassinatos brutais e disputas entre jogadores, a plateia faz apostas e observa-os com fogo nos olhos, mal podemos esperar para descobrir o que acontecerá a seguir." Dilva Camargo Artista Visual.

“Durante o jantar, ocorre uma morte repentina na mesa da família Capellier. No entanto, não podem chamar a polícia porque seu sobrenome não seria muito bem-visto na delegacia por causa do passado de Francisco, um corrupto de primeira classe.

Para a surpresa de todos, ele morre, mas ninguém iria no seu funeral porque era odiado pelo mundo inteiro. Para não deixar passar em branco, os Capellier, uma família burguesa, não podiam perder a oportunidade de convidar seus inimigos (pelo menos, os que podiam listar) para se hospedarem na sua mansão absurdamente glamorosa e compartilhar a raiva mútua que sentiam contra o homem que, agora, estava morto.

Todos aceitam o convite sem pensar duas vezes, mas a família não imagina o quão sedentos por vingança estão os convidados...”

Valéria do Sul

(Deivid Jorge Benetti),

do Portal de Notícias MPV

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Renatha Pessoa - Escritora
Renatha Pessoa - Escritora
A coluna esta nas mãos de uma escritora com 14 anos de idade apaixonada por literatura. Que já publicou seu livro “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo” Ele já está disponível. Falarei sobre informações literárias, desde dicas para escritores até o sumiço da Agatha Christie.Este espaço reservado especialmente para aqueles que gostam de livros e querem saber mais. Para quem pesquisa sobre autores, procuram significados em cada palavra e amam colecionar marca-páginas.
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