A Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelou novos desdobramentos no caso do bolo envenenado em Torres, Litoral Norte. Deise Moura dos Anjos, principal suspeita, teria como alvo principal sua própria sogra, Zeli dos Anjos. O crime teria sido motivado por ressentimento devido a uma dívida de R$ 600, quitada rapidamente, mas que gerou mágoas profundas em Deise.
Segundo a investigação, chamada “Operação Acqua Toffana”, o arsênio usado no crime foi inicialmente destinado a um bolo que seria servido em um encontro de amigas de Zeli. Com o cancelamento do evento, a farinha contaminada foi utilizada em um bolo feito para a família, resultando na morte de quatro pessoas e na internação de outras duas. Deise teria premeditado o crime, comprando o veneno pela internet e manipulando a família para dificultar as investigações.
Provas periciais apontaram que o sogro de Deise, também vítima do envenenamento, apresentava alta concentração de arsênio no organismo. Após sua morte, a suspeita tentou desviar a atenção ao sugerir que uma banana levada pelo marido teria causado a intoxicação. A polícia encontrou evidências no celular de Deise, incluindo pesquisas sobre venenos e estratégias para encobrir o crime.
O caso reacendeu discussões sobre o controle de substâncias tóxicas, como o arsênio. O secretário de segurança do Rio Grande do Sul, Sandro Caron, afirmou que solicitará ao governo federal maior rigor no acesso a esses produtos. A investigação segue em andamento, buscando identificar possíveis outras vítimas ou tentativas de envenenamento.