A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou 2024 com alta acumulada de 4,83%, acima do teto da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os dados, divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, mostram que o índice foi impulsionado principalmente pelos grupos alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais e transportes, que juntos responderam por cerca de 65% do aumento registrado no ano.
O grupo alimentação e bebidas teve o maior impacto, acumulando alta de 7,69% em 12 meses e contribuindo com 1,63 ponto percentual para o índice. Já os grupos saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,3%) acrescentaram 0,81 e 0,69 ponto percentual, respectivamente. Entre os itens individuais, a gasolina se destacou com alta de 9,71%, sendo responsável por 0,48 ponto percentual do IPCA, seguida por planos de saúde, que subiram 7,87%, e refeições fora de casa, com aumento de 5,7%.
Embora a inflação de dezembro tenha ficado em 0,52%, acima dos 0,39% de novembro, o índice mostrou desaceleração em relação ao mesmo mês de 2023, que registrou 0,56%. No entanto, o resultado final de 2024 superou tanto o acumulado de 2023, que foi de 4,62%, quanto o teto da meta, evidenciando desafios para a política monetária.
O cenário inflacionário reacende o debate sobre medidas para conter os aumentos, especialmente em itens essenciais como alimentos e combustíveis. O resultado também impõe maior atenção ao Banco Central, que deverá calibrar a política de juros para trazer a inflação de 2025 de volta ao centro da meta, fixada em 3%.