Para quem não sabe, existem duas categorias para definir escritores: jardineiro e arquiteto. Elas definem o seu método de organização e nenhum está certo ou errado. Eles existem apenas como definições de formas diferentes de escrita.
Os arquitetos são aqueles que planejam minuciosamente a história antes de escrever. Salvam fotos, anotam cada detalhe sobre cada personagem e têm diversas anotações. Os jardineiros, assim como eu, simplesmente dançam conforme a música sem planejar muita coisa.
Você deve estar se perguntando o motivo de eu ser do tipo que deixa a história me levar. Admito que nunca planejo o que vou escrever nessa coluna, nos meus livros e muito menos o que digo nos vídeos que gravo para o Tik Tok. Roteiro? Há! Desconheço essa palavra.
Isso me ajuda a deixar as histórias mais fluídas, mas depois preciso arrumar os furos de roteiro e outros problemas causados pelas minhas ideias repentinas. Tenho a estratégia de sempre anotar o que está acontecendo para não me perder, mas os arquitetos devem rir da minha cara quando descobrem que faço isso.
Essa comparação é um pouco engraçada quando paro para pensar como sou impulsiva na minha própria vida. Aceito todas as oportunidades, desde tomar um sorvete no shopping com uma amiga até fazer palestras em outras cidades. A primeira opção acontece com mais frequência, mas o que importa é que sinto que não tenho medo de absolutamente nada.
Aranhas? Apenas aquele nojinho comum. Não as desejo na minha casa, mas não acredito que enlouqueceria vendo uma. Palhaços? Nunca tive medo deles, nem mesmo com as pegadinhas que viralizavam no YouTube em 2016. Acredito ser muito corajosa. Tenho 15 anos e dois livros publicados, o que não foi um caminho tão fácil quanto parece quando é resumido em uma única frase. Muitos aspectos das minhas histórias, do meu marketing e da minha trajetória foram simplesmente acontecendo e eu me deixei levar.
Falando de marketing, eu criei minha conta no Tik Tok (renathapessoa76) na intenção de fazer piadas sobre livros. No entanto, quando comecei a gravar sobre dicas de escrita, minha conta começou a crescer de verdade. Não era minha intenção inicial fazer uma conta sobre escrita, mas, como notei que era o que meu público queria, até hoje faço o meu melhor para responder às dúvidas que recebo. Sem contar que, como sou escritora, falar sobre esse assunto é muito divertido para mim! Tanto é que também tenho uma coluna para esse assunto.
Ser um escritor jardineiro é exatamente isso. Avançamos nas nossas histórias conforme o que sentimos que é certo. Se Fulano está se dando bem com Ciclano, podemos eventualmente transformar eles em um casal! O arquiteto com certeza já teria isso planejado desde o início ou nem sequer cogitaria a ideia.
Sinto que a estratégia dos arquitetos é muito boa para histórias de fantasia. O universo de “The Witcher”, por exemplo, possui centenas de monstros (sem exagero), muitas feiticeiras e bruxos, um mapa próprio com países e cidades que não existem na vida real e muitos outros aspectos criados do zero.
No jogo (“The Witcher” possui livros, uma série e alguns jogos), podemos jogar algo chamado de Gwent. Eu não entendi nada das regras quando tentei jogar, mas admito que criar um jogo é um detalhe muito específico. Uma coisa que não era necessária, mas foi feita.
Esse universo tem tantas coisas que nem mesmo os fãs conseguem acompanhar. Há uma trama principal, é claro, mas também há várias tramas secundárias. Os dois primeiros livros são em formato de contos, mostrando várias partes do mundo de Geralt de Rívia.
Justamente por causa da riqueza de detalhes, “The Witcher” se tornou o que é hoje. Mesmo assim, é importante saber que não há um único estilo de história.
Livros como “Melhor do que nos filmes” não precisam de tanto planejamento. Um pouco, sim, mas acaba sendo mais simples porque o autor não precisa inventar espécies e países novos. O seu mundo já tem uma base, digamos assim. Ele é idêntico ao mundo real. Os personagens são humanos, estão na Terra e passam por uma situação humana.
“Melhor do que nos filmes” é um livro que eu particularmente gosto muito. Ele tem a dose perfeita de tudo que ele quer mostrar. É relaxante e divertido, mas não chega a ser tosco. Eu ri com o livro, não do livro. Por ser descontraído, tenho certeza de que a autora deve ser uma jardineira que nem eu!
Ser jardineiro ou arquiteto não precisa ser tão 8 ou 80 quanto parece. Mesmo sendo do tipo que improvisa, tenho várias anotações sobre as coisas que escrevo – principalmente quando faço pesquisas. Caso você seja mais analítico, também pode se permitir se soltar um pouquinho em um diálogo.
Mesmo assim, é bom saber que existem outros escritores igual a você. Saber que você se encaixa em um grupo, entender um pouco melhor os próprios métodos de escrita. Qual das duas categorias combina mais com você? Jardineiro ou arquiteto?
Os nomes dos meus livros são “Quer jogar? Tesouras não cortam só cabelo” e “Luzes, câmera e vingança”. Ambos estão disponíveis no Kindle e, na versão física, em sites como Mercado Livre, Ponto Frio, Americanas, Casas Bahia etc.! Confira as sinopses:
"Nesta distopia, diversas pessoas pagam um alto preço para assistir e ter a chance de entrar no honrado O Jogo, no qual há um grupo de pessoas e, ali, um assassino. Na Temporada 11, no entanto, algumas coisas dão errado, mudando o destino desse evento para sempre. Entre assassinatos brutais e disputas entre jogadores, a plateia faz apostas e observa-os com fogo nos olhos, mal podemos esperar para descobrir o que acontecerá a seguir." Dilva Camargo Artista Visual.
“Durante o jantar, ocorre uma morte repentina na mesa da família Capellier. No entanto, não podem chamar a polícia porque seu sobrenome não seria muito bem-visto na delegacia por causa do passado de Francisco, um corrupto de primeira classe.
Para a surpresa de todos, ele morre, mas ninguém iria no seu funeral porque era odiado pelo mundo inteiro. Para não deixar passar em branco, os Capellier, uma família burguesa, não podiam perder a oportunidade de convidar seus inimigos (pelo menos, os que podiam listar) para se hospedarem na sua mansão absurdamente glamorosa e compartilhar a raiva mútua que sentiam contra o homem que, agora, estava morto.
Todos aceitam o convite sem pensar duas vezes, mas a família não imagina o quão sedentos por vingança estão os convidados...”
Valéria do Sul
(Deivid Jorge Benetti),
do Portal de Notícias MPV
Mín. 19° Máx. 31°
Mín. 21° Máx. 29°
Parcialmente nubladoMín. 21° Máx. 29°
Chuva